sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Regra

Vou ser puta.
Não serei puta de alguém.
Serei de todos, com todos.
Seja homem, mulher ou indefinidos
Entre eles existirá a ligação
Que será eu
Puta, eu.

Vou ser puta.
De P grande.
Minha buceta esquecerá a função que terá para urinar.
Minha buceta será um ponte necessária para alguns caminhos
Se do sexo é que gostam, então pra que outra coisa?

Vou ser puta
Vejo como é bom ser puta
Ser a pessoa que liga todos
A conexão entre todos os outros
Não se apegar a ninguém é obrigação.
Se apegar a mim será consequência.

Vou ser puta
Por que santa é queimada.
Por que família é dor.
Por que amor não existe
Por que ser puta é bom.

E eu quero é que se foda. Que o meu eu de agora morra.
Que a puta me socorra
Esquecendo de tudo
Nem serei do mundo, muito menos de deus
Mas serei de tudo.

Só puta.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Conto da volta

Queria poder dizer com palavras como é que se ama
Queria desenhar um mapa apontando de onde vem o amor
Poderia ser menos clichê falar que queria você aqui
Poderia as pessoas parecem fortes ao amar?

Por que sinto falta das tuas palavras
Por que não vejo teu olho sorrir pra mim
Se satisfaz ao lado de ninguém
Se satisfaz ao lado da companhia do só

Um mundo que é de ponta cabeça
Que num giro fica em pé
Mas em um sopro volta a ponta cabeça
E contigo fica de nenhum, fica bem.

Abri meu coração para amar de novo
Fui atrás do que não mais dentro de mim se tinha
Fiz a bobagem de um louco 
De por um segundo amar para sempre você de novo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Teorema

Como as cores mudam rápido
O céu era azul
Agora é você

Se antes ele era o limite
Hoje é o impossivel
Antes o amor você vermelho
Agora é azul. Igual ao céu
E a você.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Desejo

Queria voar.
Deve ser como mergulhar.
Só que pra cima.

Manaderreo

Quis ser mudado.
Fui batizado quando ainda estava sujo
Me batizei de vento
Onde me banhei de vento
E não entendi o medo da chuva.

Enquanto desejas ver o passado
Desejo cegar
Se muitos querem que o corpo seja sol.
Desejo que o meu seja ar.

E dentro da minha cabeça só ar.
E dentro do meu tórax só ar.
E se eu correr
Se eu correr.

Vou ser Vento!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Confissão da Solidão sobre hoje e você.

Me amararam em um balão
Fui torturado de abraços
Encarcerado de beijos
Humilhado de esperança.

Coitado de mim, que sempre estive junto de você. Coitado de mim sim!
Eu te trazia medo, bloqueios, choro.
Coitado de mim, que te fazia só. Coitado de mim não!
Eu pensava em você, trazia o pior para você. E você me tortura coma melhor das armas.

Não sei o que faço
Se tua presença me destrói
Não sei o que faço
Se tua mensagem dói
Não sei o que faço
Se teu toque corrói
Não sei o que faço com tudo aquilo que tu me faz
Que é mortal. Me faz mal. Me aprisiona e deixa na fome.

Por que eu existo? Eu só sei fazer isso.
Eu faço mal? Eu sou mal?
Dói ser omisso
Quero morrer, mas acho que sou imortal.

Deixa eu maltratar ele. Não dê amor para ele. Eu gosto dele desse jeito, esse é o jeito dele. Entenda que não quero você aqui. Entenda.
Me deixe só com ele como sempre foi! Vá para longe com sua poesia. Vá pra longe com seu amor.
Ele te ama. Você o ama.
Eu não sei o que é amor.

sábado, 13 de setembro de 2014

.Nu

Queria estar nu
Desnudo de mim mesmo
Sem nada que pudesse pesar
Sem nada para pensar.

Queria ficar nu
Chorar na minha própria pele nua
Cair sobre minhas próprias roupas
E estaria agora no chão.

Queria ser nu
Sentir o vento querendo me cobrir
Sentir que só ele tem esse desejo
Descobrir que só era ele o tempo todo

Queria, queria ter ficar nu
Tentaria encobrir minha vergonha da própria nudez
Mas lenções de solidão e saudades são finos e pequenos
Mesmo coberto, continuo nu

Não queria nada
Nem nu
Queria deixar de dizer coisas bobas, de ser coisa boba. Queria deixar de ser nu e continuar nu. Assim, como já é, estaria só.
Estando só.
Trocado.
Deixado de lado.
Por ter a importância comum de ser só mais um nu.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Conto de todo mundo

Queria, por alguns dias
Durante todos eles
Não ser eu
E não ser ninguém

Queria que na vida as casas fossem de aço
E que guardassem dentro dela o que da gente achássemos frágil
O aço é dobrável, derretido, e as vezes não é puro
As casas, as vezes, só caem.

Uma ponte até outro mundo deveria existir.
Existe tantas pontes para tantos mundos
Eu achei que tinha atravessado alguma
Cheguei em um mundo, mas andei de costas.

Queria que a vida não fosse escrita, nem livro.
Tem tanto livro de vida, e tanta escrita em livro
Por que não escrevem melhor essa estoria?
Escritor preguiçoso, sempre deixa na metade ou nem chega nela.

Porque os cavalos estão presos nos estábulos?
Ninguém responde que só quer soltá-los se alguém estiver montando-o
Não queria ser cavalo
Cavalo queria ser cavalo, mas cavalo sem ninguém.

Uma vez, mais vezes, quando fui criança minha mãe me dizia que na vida a gente não tem que fazer nada
Mais vezes, uma vez. Ela disse nada.
Todas vezes, nenhuma vez, me senti feliz quando ela dizia isso.
Alguma vez, sim.

Se os homens tivessem asas
Pássaros no chão
O céu seria seu chão
E o chão o verdadeiro céu.

Não queria ser tímido, queria ser um pouco sem vergonha
Sem vergonha já sou
Só não queria ter vergonha do ser que sou
Ser um pouco sem vergonha de mim.

E se alguém não escrevesse, e nem eu.

Queria um sonho, realidade.
Onde eu sendo ninguém teria a casa mais forte de todas
Uma casa feita de mim.
Correr como um cavalo, um cavalo livre.
Ser parte de uma historia, minha e de mais alguém.
Queria muitas pontes, viadutos e mundos, onde em todos os lugares conseguissem ser um só.
Ter a liberdade de voar, que já tenho, mantendo os meus pés no chão
Onde chão não é mais chão e tudo seria só céu.
Não seria mais tímido de mim, nem de ninguém
Por que eu acho que já seria todo mundo
E todo mundo seria criança, e sim, existiria uma mãe.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Universo

Em um mundo só
Estava só
Existia ninguém que mentia
Nem também verdade existia
Nem eu.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Não via

Quando achava que não tinha nada mais de bom
Quando via que não via nada alem de nada
Foi quando conheci alguém que via 
E além de ver não queria ver sozinho. Me chamou pra ver. Para andar. Ser. Estar.

Quando a saudade do infinito bateu, me mostrou o mar.
Quando a vontade de fugir não sessou, me fez descansar.
Até quando não tive vontade de querer alguma. 
Me mostrou que tinha muita coisa para querer vontade de fazer. Me fez comer. Me fez rir. Me fez andar.

Tu sabia que tens a melhor personalidade?
Que teu olho é apertado pro lado
Que umas das coisas que nos diferencia é a idade
Gosto de pensar que você é raro.

Tu é um guia de si mesmo.
A bússola que todos procuram
Tens caminhos para dentro
De um coração de doçura

Sorriso bonito
Nariz que freme
Pupila protegidas por um âmbito
Olhar que não treme

Tua mão que vem apertar a minha
Teu toque que vem me proteger
O tempo que parece correr 
Só passa quando percebo que é tudo tranquilo quando estou junto de você

Não sou um bom escritor para te descrever
Nem tão pouco desenhista para ao menos criar teu esboço
As vezes acho que não há como dizer
Dessa obra que não encontro nem no barroco
Mas sinto que tu mesmo sabe como digo o que é você
Pois é impossível definir o ilimitado
De nada assim que não existiu nem em um passado.

domingo, 25 de maio de 2014

Na linha

Não se espera encontrar nada
Tudo que se encontra é uma surpresa
E mesmo quando encontremos por que estamos procurando ainda o realizado é surpreendente 

Não precisei de telescópio para observar o universo
Nem precisei de bússola para encontrar o que já em mim tinha
Não precisei estudar historia para saber que não tinha isso em meu passado
Nem li o pequeno príncipe para saber que temos que cuidar da rosa

Dentro de tanta coisa me surpreendi com o que eu via

Dentro do teus olhos negros percebi o universo
E dentro do céu, você.
Dentro da tua voz nadei no mar
E dentro do teu pulmão, eu.
Entre tuas mãos fechadas, dentro delas estava o mundo
E dentro do mundo, nós dois.

Ninguém mais via isso
Nem as senhoras da esquina da rua 02
Mais o sol via. A lua via. O vento via. O chão via.
E ficávamos deitados ouvindo o som das arvores a conversar
Sabe, ela falavam de nós.

Cada um plantado em um vazo diferente. Sendo plantas quase iguais
Uma recebendo a vista do mar, desejando a vista da fazenda.
Outra desejando a vista do mar, recendo a vista da fazenda.
E todas duas queriam as mesmas diferentes todas as coisas.

E que por magica.
Uma teia da aranha eletronica, se teceu em rede
E a rede pode ligar duas plantas
E agora elas estão com tudo bem.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Não saia da sua dungeon

Você não faz parte de nada.
Nem de uma terra, muito menos de um céu ou um inferno.
Nem da noite que te oculta, Nem da roda de amizades que lhe circulam.
Antes fizesse parte do escuro que te esconde, mas agora a luz queria que tu fizesse parte dela.
Tu agora nem é da noite, nem do dia.

Pertence a nada
Nada te viu, nada te quis, nada reparou em você.
Nem do nada tu quis fazer parte. Mas também essa escolha não era sua, o nada também não te queria.

Você desejou a chuva, desejou os rios, desejou um mar.
De todo um fato por momentos houve a chuva
Se correu um rio
Desabasse em um mar
E por todo um momento você não estava em nenhum deles.

Vós disse que era vento.
Te negaram esse nome.
Você dobrava nuvens com seus passos, dividia o espaço com existências astrais.
Teu amigo trovão foi aparado pelo martelo de um tal Thor.
Os deuses também viram que você não era pertencente a eles.

Deixa tua revolta de rato, tua vida de tremudo
Corta-lhe o teu cabelo, e você deseja que fosse o seu pescoço.
Mas mesmo assim você anseia medo
Não queres continuar sem definição, portanto continuares não sendo o que querias.
Mesmo que isso possa acontecer. Você terá medo.
E no ultimo segundo, no ultimo momento. Terás o tão desesperado medo de continuar só em um outro mundo. Dentro de um vazio cheio de desilusão.

domingo, 6 de abril de 2014

Drogado

Dopado já estou
Nem sei quem sou
Loucura de amor
Terror passageiro
Quadro negro escrito branco
Em que ser branco é preto
Nem vejo nem penso num falo num recordo, gravo

Dopado já estou
Antes nem sei quem sou
Me perdi no meio, esqueci devaneios
Loucura de meios
Janela quadrada
Espelho riscado de termos
Redondo, esponjo
Vida de quem almeia vida ancora apertada no peito que flutua no oceano de vales de rios negros

Dopado já estou
Depois de saber quem nem sei quem sou
De caminhos apertados
Roupas de maltratado
Estrada rasgada, perna quebrada
Tristeza é chorada e amor é escondido
Querer é ter dita a verdade entupida de tuas mentiras da metade de vida guardada em poucas feridas

Dopado já estou
Sei quem sou
Gostei em saber
Sabendo ajeitei o ter
O termo se consertou
Encontrei amor
Amei sem medo, mas medo escondido
Guardado e amparado por mim mesmo estou livre para ser quem sou dopado de amor.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Os 3 bichos

O automóvel de coração pulsante rodando na cidade de edifícios elegantes,
Onde os bichos se fingirão de pulga e suga as ruas, sujão tudo que dá até dó
Onde todos tentam fazer o mal e o mal não faz ninguém.
E ninguém por si só é livre, e choram na prisão eles e mais cem.

Onde o constelação de sonhos brilham menos que a noite no oceano
E em que tudo é confundido no rugido feroz do apito do trem
Tão grande é a esfinge
Que se dobra toda majestosa na frente da face do por de um só
E girando e girando todas querem ficar como de um sistema solar fossem refém

É nada mesmo que a confusão de um dia sereno
Onde ninguém quer acordar e resolver parar com todo sofrimento
Mas só doí em quem enxergar e cega quem já doeu de ver
Só vendo e vivendo que se chega lá, e chegando só quer viver

quinta-feira, 20 de março de 2014

299 792 458 m/s | 340,29 m/s (Parte II)

Eu já tinha desistido do trovão.
Já estava sufocamente comodo dentro do vazo
O escuro e o silêncio já me chamava de irmão
E eu já pedia a benção ao meu pai, o vazo.

Em um dia normal de uma existência pequena algo aconteceu de diferente. Tem algo aqui dentro. Algo entrou dentro do vazo. Não sabia descrever o que via, pois sua forma era nova, seu jeito era desconhecido.

Aquilo brilhava
Aquilo me fazia sentir fora do vazo, mesmo estando ainda dentro dele
Sua luz matou minha família,
O Escuro, o Silêncio e o Meu Pai Vazo.
Me fez sentir vida, a vida que emanava dele me deu vida.
Eu amei viver.
Eu amo.

Não sabia como responder aquilo, era muito sentimento, ele me fez chorar e sorrir. A tristeza doía e ele falava de alegria e paz para eu sorrir. Eu fazia os dois. Ele não me tirou do vazo mas ele me fez viver com o vazo, fiz da paredes do vazo realmente uma parede e não algo que me reprimia. Ele descobriu varias razões de minha dores, ele falou como era difícil ter essas dores e disse que não entendia.
Falei para ele que não teria mais como viver, que não queria viver... Ele me perguntou o porque. Eu respondi que era por que eu não tinha vida. Ele sorriu, me abraçou e olhando em meus sonhos fez uma coisa que ninguém jamais fez para mim.

                          Ele me deu a vida dele para viver.

Depois de tanta conversa e de tanto tanto eu fiquei feliz.
Eu fiquei vivo.
E descobri que a cor que mais brilha é o Laranja.

Obrigado.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

299 792 458 m/s | 340,29 m/s

Dentro de um vazo, vi luz e raios. Escuridão me tinha apatia
Alma nem lá existia e nem se quer ouvia. Ouvi
Ouvi não alma, houve barulho da chuva, chuva forte igual do sertão
Aquecia algo dentro do meu peito aquele barulho, tenho que como certeza que algo batia por conta do barulho que havia e eu ouvia lá fora do grande vazo.
Odiei não conseguir subir aquelas grande paredes do vazo. Caia sempre. Chorava todas as vezes no fundo do vazo.
Até que então por alguma força que achava não ser minha apreendi a voar, e asa nem criei.

Por supremacia de um dom me vi sair do vazo
Fora do vazo vi também que ele era pequeno.
Vi luz na chuvarada. luz do relâmpago e barulho do trovão
Eis que eu era também trovão, e o trovão amava a mim. Ou eu achava que ele amava, ou eu achava que ele demostrava.
Como é magnifico ser isso. Imagine como é bom ser tudo de uma vez só.
Eu sou luz, barulho, grande, veloz, presente e majestoso.
Sou o som do raio, queimo bem mais que o fogo, faço os flashes de tua câmera parecerem  velas perante a um farol. Meu ego está subindo.

Quem era eu? Nem ego e nem nada tinha. E estou me achando o trovão.
Trovão é ele mesmo, e ele não sou eu.
Sou uma presença saída do vazo para enxergar o que tem fora dele.
E fora dele tem você, o ser que me apaixonei.

Que é abstrato.
É forte.
Luz.
E não é pra mim.

Justamente o mais importante... Não ser para mim.
Trovão já é comprometido... Tem ele compromisso com a chuva, o raio, a nuvem, o vento e a luz.

Tenho que me admirar, pois o majestoso som que me tira outrora do vazo, é o mesmo que me mostra o qual pequeno sou, e idiota de se iguar a tamanha força majestosa.
O que havia me dado asas era eu mesmo, mas a força que fez eu ter sublimado de um ser para outro foi tua, trovão. Me fez achar que eu era como você, me fez eu mesmo me enganar, logo eu que nem sei que sou.

Já voltei para dentro do vazo, onde eu nasci e cresço.
Um dia tentarei ver em o que mais eu me transformarei
Mas o que eu gosto é de ouvir é essa chuva lá fora e esperar teu barulho e tua luz para mudar em um segundo todo o meu mundo.
Me preencher de você.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ventos turbulentos no qual estou lendo. Desabafos de um morto part. 1

Criando o amor, é isso que eu sinto que está começando. Amor é tão bom de se criar, tem tanto calor que lembra o almoço bom de um domingo.
Tenho tantas esperanças nele, estou tão feliz em falar dele. Ele sempre foi algo que eu busquei.
Veio para mim mas nunca se apresentou, estava dentro de mim, entretanto não existia. Amo só de gostar de amar.

Amar não significa gostar muito de uma pessoa. Meu amor não é esse. Meu amor é diferente. Lembro de ter escrito em outro texto sobre as cores do amor. Meu amor não tem cor, e ele é diferente do "só amor".
Não sei amar do jeito que vejo em tv's, musicas e etc. Amo tanto de um jeito que não sei o outro jeito de como é amar. Meu amor não é por gosto, sabor, cheiro, valor, ou nada disso de se vê nos livros.

Não quero falar de um grande amor, um grande amor que aprendemos que devemos sentir. Quero falar de um amor que se sente por que se sente. A vida não me ensinou, não existiu treino. Mas a felicidade esta dentro do coração jovem. Amei sem sonhar, amo sem pensar, gosto de sentir.

Quando era pequeno eu achava que amor era quando meu irmão deixava eu ajudar a minha cama na dele, e colocar a minha perna por cima da perna dele por um "tic" meu de não conseguir dormir sozinho. E eu quando era criança simplesmente era um gênio em amar, e isso que eu achava era o que é amor. É o meu amor.

Também quando era criança, mesmo sem ter infância, eu sabia o que era amar. Chorava ao olhar a vida de algumas pessoas, em observar o jornal e perceber os crimes e dor de pessoas, eu chorava... Eu chorava quando existiam acusações falsas, brigas e derrotas. Eu sentia as pessoas, e eu amava elas. mas...

Mesmo criança, quando cresci. Algo que aconteceu em uma manha que chovia fez muita diferença em minha vida. Não entendo quais são os planos de Deus, ou se deus realmente tinha algum plano ou ligasse para o que aconteceria com as pessoas. Mas eu tenho certeza que ninguém merecia ver o que uma criança dessas viu, ou sentir tanto medo quanto ela viu. Ela sairá antes de casa para ir ao um fliperama, e não imagina que nem na metade de seu caminho o verdadeiro jogo que ela viria terminar era o da vida.

Todos os sonhos foram acabados, tudo na vida mudou. Até a manhã fria e chuvosa que a criança observava e gostava ficava cada segundo mais fria. Era dia, mas para mim passou a ser noite, e a noite passou a ser todos os dias. O caminho que fazia agora era o do retorno para casa, tinha jogado seu dinheiro para o jogo fora, não chorava. No seu rosto havia algo pior que a dor que faria alguém chorar. O próximo passo que a criança fez não se pode escrever, é algo que uma criança não faz, foi algo que nem vi em filme e foi uma coisa madura demais, tanto que doía de verdade.

Cheguei em casa, era sábado (lembrei). Minha mãe não perguntou nada por que no sábado como meu pai não ia trabalhar ela costumava acordar um pouco mais tarde. Cheguei e ela tava ainda no quarto. Tomei um banho, fui pro quarto, antes de dormir olhei para o meu irmão e lembrei de algumas palavras que ouvirá mais cedo, ainda não chorei. Vi a morte, tanta coisa em mim morreu. Morreu até a ultima que se morre, morreu também o que sentia pelas pessoas, tenho certeza que eu morri também. Minha mãe perguntou depois que acordou o por que eu fui dormir, começou a saga da mentira.

Não sou infeliz, não sou feliz. Sou uma criatura imparcial que acha muita coisa e que tem medo de varias outras que acha. Mas mesmo assim estou alegre por que acho que encontrei pessoas que me amam e me espelho em amar.

Guarde tudo que você viu e achou que viu para você. Não tire conclusões, sou só uma criança que sabe digitar e que não sabe de muita coisa.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Não há barulho.

Sentir.
Algo difícil demais para mim.
Difícil não para a pessoa que se olha no espelho, e nem para o seu reflexo em mim.
Difícil quando você é o espelho.
Sou o Espelho.

Convivo com muitos sentimentos
Todos os sentimentos.
Me deparo com muito rostos.
Todos os rostos.

Mas não tenho rosto, não sei o que é isso. Meu papel é mostrar o que as pessoas querem ver, e quando elas não gostam do que vê, logo se arrumam com minha ajuda e saem felizes.

Queria sair feliz também.

Que coisa egoísta a minha. Eu, Espelho querendo ter sentimento. Era para estar feliz em fazer as pessoas felizes.
Tanta gente gosta de mim, tanta gente diz que me ama. Por que eu não sou feliz com isso?!
Minha prima falou que é por que eles gostam de mim por eu refletir, se eu não tivesse essa função não gostariam de mim, e eu não sou feliz porque sei disso.
Ela ta certa. Minha prima podia ter ficado calada.

E se eu realmente deixasse de refletir?
Eu ganharia emoções?!
Ganharia alegria?!
e Felicidade, saberia onde haveria?!

Tenho tanto medo de descobrir. Pelo medo prefiro refletir.
Tenho algum uso assim. Não quero virar caco igual a vizinha do lado. Prefiro não arriscar
Viver é algo que eu só sei que existe nos outros, e eu refletindo a vida fico vivo ou acho que fico.

Se um dia eu for quebrado e jogado lá fora, na rua, onde ninguém nunca vai ser refletido por mim. Eu vou começar a refletir o azul e o Sol forte?
Ou vou apagar igual os olhos que, antes eram brilhantes, de um morto!?

Realmente com tanta coisa assim
Sentir não é coisa para mim.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sou daltônico.

O amor é tão inexplicável, tanto que se pode comparar com cor.
Existe amor de quase todo tipo de cor.

Se tem o amor preto,
que é o amor guardado e sentido por só um,
alimentando por um desejo de se ter a todo custo
nem sei se é de verdade amor;

Tem amor verde que é esperançoso.
É a esperança de um sonhador de uma dia encontrar alguém para poder sonhar em amar;

Tem amor azul.
Me disseram que era o melhor tipo de amor;

Existe o amor vermelho.
Vermelho de paixão, de fogo, de desejo.
Mas esse amor acaba, e quando acaba fica só o vermelho.

E tem o amor
esse nem precisa de cor,
já é amor.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Obrigação

Estava tudo bem no silêncio, mas ouvi alguém lá
Alguém estava lá
Queria me tirar do silêncio e queria ouvir de mim algo para acabar com o silêncio. Para que acabar com o silêncio? ele é tão bom. Dá para fazer de tudo lá dentro e com ele, e sem ele não sei como é ser.

Dentro dele eu existo
Dentro dele sou alguém que de certa forma é importante para mim mesmo
Dentro dele eu desabafo
Dentro dele eu sorrio
Dentro dele sou eu e eu nele sou feliz
Dentro dele eu acho que sou feliz, pois nunca estive fora e não sei como é estar fora.

Só de imaginar isso já da medo, medo de sair de dentro do meu oculto
Aqui é um mundo só meu e nele sou quase um deus, me trato como sendo o próprio rei de um quadrado escuro e vazio. Mas estou dentro dele, e é o que importa. É o que importa para mim.

Alguém continua chamando para fora do silêncio mas eu não a vejo.
Ela está atrás de mim
Ela está na minha frente
Ela está em meus lados.
Eu estou em uma caixa, e em cada angulo existe alguém. E cada uma delas são diferentes e cada uma delas estão em lugares diferentes, e vivem coisas diferentes.

Eu não sei para qual lado devo ir. Até a pouco tempo atrás não existia nenhum lado, descobri os lados pelas pessoas que estão em cada um deles. Tive uma ideia, resolvi desfazer meu silêncio.
Deixou de existir paredes e acabou a caixa.
Não existia ninguém ao meu redor, existia só quatro caixas, todas elas em cada direção e dentro dela estavam as pessoas, cada uma delas dentro do seu silêncio.
Eu já estava fora do meu silêncio
Porém estava sufocado pelo silêncio dos outros
Amei no silêncio e no silêncio não existia
Fui forçado a permanecer no silêncio pelo silêncio agora sem paredes, esperando alguém sair do seu silêncio envelheci
Fora do meu silêncio acabei vivendo no silêncio de todos.