quarta-feira, 24 de agosto de 2016

De volta.

E que se passe o tempo.
Que comemore cada aniversario
Sem mim

Sou eu em cada garrafa vazia
Sou eu em cada suor
Na tua pele
Na tua alma
No teu lençol

Qual foi a coisa mais bonita que você ouviu hoje?
Quem entoou tão bem tua poesia?
Que dúvida te gerou em mim?

Quando é que esse braços abrem abraços
E quanto é pra mim?

Sou tão nada que nem sei se sou. Sou tão tudo que me perco onde estou. Cada gota d'agua é um oceano, e um grão de areia um mundo.
Intenso.
Grande.

Por favor.
Pare.
Eu já não sou mais eu.


sábado, 27 de fevereiro de 2016

Cigana

Ela lia mão, Mãe.
E meus olhos liam os dela
Minha língua lia a boca dela
E lia outros lábios também.

Ela lia mão, Mãe.
E minha mão o peito dela
E meus dedos a nuca dela
E seus cabelos também.

Ela lia mão, Mãe.
E meu nariz o perfume dela
E o pescoço dela
E entre as pernas dela também.

Ela lia mão, Mãe.
E eu lia ela.
E ela me lia todo
E mentia também
Eu deixei de ler ela.
E ela
E eu tô bem.