domingo, 25 de maio de 2014

Na linha

Não se espera encontrar nada
Tudo que se encontra é uma surpresa
E mesmo quando encontremos por que estamos procurando ainda o realizado é surpreendente 

Não precisei de telescópio para observar o universo
Nem precisei de bússola para encontrar o que já em mim tinha
Não precisei estudar historia para saber que não tinha isso em meu passado
Nem li o pequeno príncipe para saber que temos que cuidar da rosa

Dentro de tanta coisa me surpreendi com o que eu via

Dentro do teus olhos negros percebi o universo
E dentro do céu, você.
Dentro da tua voz nadei no mar
E dentro do teu pulmão, eu.
Entre tuas mãos fechadas, dentro delas estava o mundo
E dentro do mundo, nós dois.

Ninguém mais via isso
Nem as senhoras da esquina da rua 02
Mais o sol via. A lua via. O vento via. O chão via.
E ficávamos deitados ouvindo o som das arvores a conversar
Sabe, ela falavam de nós.

Cada um plantado em um vazo diferente. Sendo plantas quase iguais
Uma recebendo a vista do mar, desejando a vista da fazenda.
Outra desejando a vista do mar, recendo a vista da fazenda.
E todas duas queriam as mesmas diferentes todas as coisas.

E que por magica.
Uma teia da aranha eletronica, se teceu em rede
E a rede pode ligar duas plantas
E agora elas estão com tudo bem.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Não saia da sua dungeon

Você não faz parte de nada.
Nem de uma terra, muito menos de um céu ou um inferno.
Nem da noite que te oculta, Nem da roda de amizades que lhe circulam.
Antes fizesse parte do escuro que te esconde, mas agora a luz queria que tu fizesse parte dela.
Tu agora nem é da noite, nem do dia.

Pertence a nada
Nada te viu, nada te quis, nada reparou em você.
Nem do nada tu quis fazer parte. Mas também essa escolha não era sua, o nada também não te queria.

Você desejou a chuva, desejou os rios, desejou um mar.
De todo um fato por momentos houve a chuva
Se correu um rio
Desabasse em um mar
E por todo um momento você não estava em nenhum deles.

Vós disse que era vento.
Te negaram esse nome.
Você dobrava nuvens com seus passos, dividia o espaço com existências astrais.
Teu amigo trovão foi aparado pelo martelo de um tal Thor.
Os deuses também viram que você não era pertencente a eles.

Deixa tua revolta de rato, tua vida de tremudo
Corta-lhe o teu cabelo, e você deseja que fosse o seu pescoço.
Mas mesmo assim você anseia medo
Não queres continuar sem definição, portanto continuares não sendo o que querias.
Mesmo que isso possa acontecer. Você terá medo.
E no ultimo segundo, no ultimo momento. Terás o tão desesperado medo de continuar só em um outro mundo. Dentro de um vazio cheio de desilusão.