quinta-feira, 1 de maio de 2014

Não saia da sua dungeon

Você não faz parte de nada.
Nem de uma terra, muito menos de um céu ou um inferno.
Nem da noite que te oculta, Nem da roda de amizades que lhe circulam.
Antes fizesse parte do escuro que te esconde, mas agora a luz queria que tu fizesse parte dela.
Tu agora nem é da noite, nem do dia.

Pertence a nada
Nada te viu, nada te quis, nada reparou em você.
Nem do nada tu quis fazer parte. Mas também essa escolha não era sua, o nada também não te queria.

Você desejou a chuva, desejou os rios, desejou um mar.
De todo um fato por momentos houve a chuva
Se correu um rio
Desabasse em um mar
E por todo um momento você não estava em nenhum deles.

Vós disse que era vento.
Te negaram esse nome.
Você dobrava nuvens com seus passos, dividia o espaço com existências astrais.
Teu amigo trovão foi aparado pelo martelo de um tal Thor.
Os deuses também viram que você não era pertencente a eles.

Deixa tua revolta de rato, tua vida de tremudo
Corta-lhe o teu cabelo, e você deseja que fosse o seu pescoço.
Mas mesmo assim você anseia medo
Não queres continuar sem definição, portanto continuares não sendo o que querias.
Mesmo que isso possa acontecer. Você terá medo.
E no ultimo segundo, no ultimo momento. Terás o tão desesperado medo de continuar só em um outro mundo. Dentro de um vazio cheio de desilusão.

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