domingo, 6 de abril de 2014

Drogado

Dopado já estou
Nem sei quem sou
Loucura de amor
Terror passageiro
Quadro negro escrito branco
Em que ser branco é preto
Nem vejo nem penso num falo num recordo, gravo

Dopado já estou
Antes nem sei quem sou
Me perdi no meio, esqueci devaneios
Loucura de meios
Janela quadrada
Espelho riscado de termos
Redondo, esponjo
Vida de quem almeia vida ancora apertada no peito que flutua no oceano de vales de rios negros

Dopado já estou
Depois de saber quem nem sei quem sou
De caminhos apertados
Roupas de maltratado
Estrada rasgada, perna quebrada
Tristeza é chorada e amor é escondido
Querer é ter dita a verdade entupida de tuas mentiras da metade de vida guardada em poucas feridas

Dopado já estou
Sei quem sou
Gostei em saber
Sabendo ajeitei o ter
O termo se consertou
Encontrei amor
Amei sem medo, mas medo escondido
Guardado e amparado por mim mesmo estou livre para ser quem sou dopado de amor.