sábado, 24 de janeiro de 2015

Despertador

Que sonho é acordar e olhar pro lado e ver que existe mais um par de olhos olhando pros seus
Sem desligar o ventilador e junto ao vento me fazer vento e passar minha pele no seu rosto
E de olhos agora fechados vendo o que está acontecendo em forma de luz em nenhuma escuridão
E depois de alguns segundos fazer de teus lábios caminhos que me tira da solidão.

Num súbito silencio se faz reparar a batida de dois corações
No mesmo momento se faz desejar que abraços representam emoções
Em ter que no mesmo minuto o desejo mais profundo é apertar a tua mão

Saber que a noite se passará e na janela o sol espia com inveja do calor que emitimos
Com o tempo passando passamos a mãos e do lençol despimos
Ficamos sentados ainda abraçados sem nenhum desejo reprimido
E sem saber o que dizer por que o que falar não se compara no que fazer

Em pé ficamos
Ainda nos olhando
Paramos por um momento
Depois de muito tempo
Você sorrindo me desejou "Bom dia"

O conto da Morte e o capuz de Ninguém

Houve por um tempo, um tempo considerável, alguns prémios. Foram prêmios de algumas pessoas em sentimento.
O Presente do amor era algo bonito e longo, de traços desejáveis e de um fino acabamento.
O Amor era cuidadoso e as vezes inesperado, dava então de presente o seu próprio que tinha
Dava tudo que era dele, sua herança. Seu quarto.

Existia também o presente do Medo.
O Medo era tão cuidadoso quanto o amor. Mas o medo era egoísta.
O Medo não queria dar nada, não queria dividir, não conseguia na verdade. Era o que fazia dele fraco.
Mas ele deixou uma coisa, deixou o que não tinha medo de dar.
Deu de si, um lençol.

Saudade era doce, bonita.
Saudade gostava de caprichar
Deixou pra quem quiser um livro
De ternura pesada e de memorias passadas
Saudade é doce que chora.

Tristeza e alegria são irmãs
Duas que se entendem bem, respeita uma a outra
Seu presente é o tempo
Deixo pra trás um relógio

Paz queria estar com todos os outros
Ele era humilde, tinha pra si quase nada. Sempre dizia que era um cara que não precisava de muito.
Então da cadeira que sentava se levantou
Deixará pra trás suas sandálias.

Ódio e Rancor não queria saber mais de ninguém.
Só gostavam de se só
E só deles eram que precisavam
Deixaram pra trás nada.
Disseram que era para Culpa dar o que seria pros três.
Culpa, ignorada por todos, era usada sempre.
Boba como era comprou algo que servisse para os três
Deixou um espelho.

Tudo que foi deixado foi então guardado. Recolhido pelo Protetor. Seu trabalho não era de muito agrado
Deveria escolher entre quem conseguisse vencer algumas lutas da Dúvida. Tanto a Dúvida quanto o Protetor moravam juntos em um lugar imaginário e não descritivo
Não se pode chegar qualquer um lá, apesar de todos passarem pelo cômodo que não tem porta. Almas curiosas são as que caem no brilho dos prêmios que estão lá dentro.
O Protetor, de vestes alvejadas, com uma tesoura em uma mão e uma fita em outra espera a entrada de alguém
Dúvida ficará ao seu lado vestida de verde esperando a ordem de Protetor assim que alguém entrasse na sala.

Passa várias pessoas pelo corredor onde esta a porta e muitas delas nem viram pro lado e algumas olham mas não se sentem atraída pelas coisas que veem.
Então como por sorte ou azar um homem para de frente ao cômodo e olha atentamente para as figuras que estão lá dentro e para alguns objetos espalhados no chão, e fica encantado para o que está atrás da figura de branco em pé congelada.
Ele meio que sem saber o porquê desejou algo ali e em dois passos já tinha entrado na sala.

Protetor com sua tesoura cortou a fita
E o tempo parou.
Dúvida abriu os olhos e sorrindo levantou. Olhou para o homem e o chamou para perto.
Ele sem entender o que acontecia não fez nada, mas nada também era algo a se fazer pois até o tempo isso já fazia.
Dúvida parou de sorrir e falou:
-Bem-vindo ao quarto dEle. Você está concorrendo a prêmios e cada um deles vale as vezes mais do que parece. Mas isso não é um sorteio e sim um jogo e ele começou quando a fita do tempo foi cortada. Nada passa aqui, nem você.

O homem não sabia o que fazer, mas já tinha ambição e curiosidade sobre todas aquelas coisas. Então resolver participar, como se já fosse escolha dele.
Dúvida bateu duas palmas e falou:
-Você terá que me vencer. Para isso é simples, só basta me responder corretamente e terá então tudo que quiser. Pode até ser tudo.
E acenando com a cabeça ele deu início a pergunta.

Dúvida olhou para o protetor e correu pelo quarto, o homem não entendia nada. Dúvida parou na sua frente e chorou. Dúvida perguntou:
“O que queria então um homem ao entrar em uma  vida de nada e saber que tudo que ele tinha era o que ele queria e que não podia ter nada que ele não vivia?”
O homem perguntou a Dúvida o que ela queria dizer
Dúvida perguntou de novo.
“O que queria então um homem ao entrar em uma  vida de nada e saber que tudo que ele tinha era o que ele queria e que não podia ter nada que ele não vivia?”
Pergunta feita, e resposta em aguardo. Responda.
O homem então ficou intrigado nisso que ela perguntará e não sabia o que dizer, a pergunta não queria dizer nada e muito menos teria resposta de alguma coisa. Era vazia e errada, confusa e desfocada, não tinha nexo e e nem nada disso. Não sabia o que dizer.
Então como num jogo de palavras ele responde.
“Tudo”
Dúvida para.
Fica de costa pro homem e olha pra Protetor, e em seguida anda em direção a sua cadeira e senta.
Protetor então abre a boca e grita “CHEGOU!!!”
Dúvida repete o feito com a boca mas grita “JÁ É HORA!!”
E de fato era. Na sala surge outra porta, e dela entra alguém. Alguém olha pros dois e eles se calam. Alguém agora comanda a sala.

Alguém olha para o homem e diz parabéns pelas conquistas e sorte. Manda ele olhar para toda a sala e escolher um presente.
O homem não tem medo do que está acontecendo, as coisas se tornaram de fato um pouco assustadoras e fora de um normal.
Alguém exige que ele escolha um presente.

O homem não mediu o que queria e não sabia de fato o que era aquilo que chamou tanto sua atenção para aquela sala, ele então como não sabia o que era algo como aquilo decidiu fazer o que veio em sua cabeça.
“Eu quero todos os presentes.”
Alguém falou:
-Acho digno. Teve olhos para encher aqui, e pês para vir, até voz para responder teve. Pois fique com todos até esse quarto é um presente. Realmente, Parabéns!

Dúvida e Protetor caminharam até a porta de entrada do homem enquanto o mesmo está apertando a mão de Alguém fechando o “compromisso”
Depois que saíram Alguém também se dirigiu ao mesmo lugar que eles foram. E a entrada sumiu.
Ficou só o homem na sala. A porta que alguém entrou também continuará ali.
Ele agora era dono de tudo que estava lá. Ele foi olhar seus presentes.

Ele pegou o seu primeiro, um relógio. Que fez o tempo voltar, tudo começar a passar e ele também voltou.
Passou a conhecer de quem era.
Observou o espelho. Ficou abismado com a imagem que virá.
Quebrou e conheceu de quem era.
Olhando pro chão viu as sandálias e calçou.
Descobriu de quem era.
Viu um livro, com os dedos em suas folhas ele leu.
Conheceu de quem era. Chorou e riu.
Pegou um lençol para passar no rosto.
Sabia de quem era.
E prestando atenção ao seu redor descobriu de quem era aquilo
Ficou feliz em saber.
Agora tudo que no momento era passou a ser dele. E o homem passou a ser Homem.

Olhou para a porta e quis saber o que tinha por trás dela.
Abriu e dela saia uma luz branda e um vento frio.
No canto da sala existia um capuz que acreditava servir para se proteger do vento.
Pegou o capuz na mão, olhou
Não descobriu de quem era.

Ele olhou para cima e gritou:
-Isto é de quem?
Esperava que Alguém respondesse, mas outra voz falou:
-Isto é de Ninguém.

Logo o homem que agora é Homem falou. Pois anote que pertence a mim.

Vestiu o capuz e saiu do quarto, agora com a cabeça cheia de tudo.
Atravessando a porta, ainda com metade do corpo para dentro do quarto
O Homem desbravado
Caiu em seu último estado
Sobre quem não sabia
Morreu.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Desperdício

Em um poço de ilusões joguei uma moeda, desejei com fervura ser eu. Na ilusão, até em mim, me iludi.

domingo, 18 de janeiro de 2015

O conto da Morte e o capuz de Ninguém. (em construção)

Provavelmente será o ultimo texto do meu blog. Não esperem algo grandioso ou bonito, é só um texto normal com uns personagens ocultos ou não. Tire suas próprias conclusões, acredito que está um pouco confuso, mas vou revisar melhor. E já avisando para quem lê minhas postagens, essa vai ser um tanto comprida, acredito que a maior. Bom dia.